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As relações sociais são permeadas por mentiras desde sempre, sendo uma questão ética estudada por acadêmicos da Filosofia, Sociologia, Direito e, também, das Ciências Políticas. Na democracia, os boatos, as desinformações e as "fake news" são elementos que não deveriam se encaixar.

Em tese, a democracia é uma forma de governo cujo poder é exercido pelo povo através de mecanismos legítimos na tomada de decisões políticas. Deste modo, é essencial que a transparência seja o pilar principal para a manutenção da coisa pública.

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Com o volume de informações circulando na internet crescendo continuamente, combater a desinformação se tornou o maior desafio das eleições. Os boatos são disseminados por diferentes usuários e podem ser utilizados para obtenção de vantagens políticas na época das eleições. Com isto, tendo o poder de mudar o rumo de candidaturas, articulações e manobras políticas. E, claro, o voto do eleitor. 

Em outubro de 2019, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Fake News no Senado Federal debateu o fenômeno da divulgação das notícias falsas e foram unânimes em apontar que a disseminação de fake news está ligada à disputa política e ao avanço tecnológico. 
À época, o comandante do Comando de Defesa Cibernética do Exército, General de Divisão Guido Amin Naves, alegou na CPI que, quando as fake news contagiam uma eleição, o equilíbrio de poder fica prejudicado. Para o professor do Ibmec e Phd em Direito Lier Pires, as fake news prejudicam a democracia na medida em que enganam o leitor:

"A pessoa é induzida ao erro. Seja destruindo a imagem, a dignidade ou a honra de um candidato, seja desviando a atenção do eleitorado para fatos e acontecimentos que devem estar sob a lupa do eleitor, o grande prejuízo das fake news é ludibriar o eleitor, fazendo com que escolha gato por lebre".

Pires também explica que combater as fake news é promover a liberdade de expressão, sendo parte do exercício da cidadania:

"O direito à livre expressão é essencialmente o direito à liberdade de escolha, de consciência, a partir de valores elevados como verdade e justiça. Por isso, a informação deliberadamente falsa, maliciosa, em qualquer ramo da existência, mas, principalmente, na política, deve ser combatida para que o valor maior de qualquer eleição, que é o pleno exercício da cidadania, não seja aviltado".

sambafoot De Fato

O sambafoot De Fato o serviço de checagens, verificação de fatos e educação midiática do SBT. O objetivo é ser um núcleo de orientação e de informações ao público em relação ao conteúdo espalhado e distribuído na internet e pelas redes sociais. Nesta primeira fase, o grupo vai atuar no combate a desinformação durante o período das eleições gerais deste ano.  A escolha sobre o candidato deve ser tomada com base em informações verdadeiras e confiáveis. Por isso, o sambafoot De Fato conta com uma equipe de jornalistas profissionais do SBT, regionais e afiliadas. São eles: SBT SP, SBT Rio, SBT Pará, SBT RS, SBT DF, TV Aratu (BA), SBT MT (MT), TV Tambaú (PB), TV Jornal (PE), Jornal do Commercio (PE), TV Allamanda (RO), TV Norte (AM, AC e RR), TV Cidade Verde (PI) e TV Ponta Verde (AL). Clique aqui e saiba mais.

>> Bárbara Schneider é jornalista do SBT Rio e sambafoot

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