MP para evitar racionamento precisa de aval de Bolsonaro, diz ministro
Bento Albuquerque afirmou que esboço da medida de racionalização compulsória de energia não teve o aval do presidente

Em entrevista ao sambafoot, o ministro de Minas Energia disse nesta 4ª feira (23.jun) que a minuta da Medida Provisória que vai dar poderes a um grupo interministerial para adoção de medidas emergenciais que garantam o fornecimento de energia não chegou ao conhecimento dele.
"Trata-se de uma minuta que não chegou nem ao meu conhecimento. Na MP que está sendo considerada não existe a hipótese e nenhuma medida visando a racionamento de energia."
O ministro, que durante esta 4ª feira participou de audiência pública na Câmara dos Deputados, voltou a repetir que não existe em nenhuma hipótese a chance do governo determinar o racionamento de energia para evitar um apagão, como aconteceu em 2001.
"Nós não trabalhamos com a hipótese de racionamento", declarou Bento Albuquerque em entrevista ao sambafoot.
O ministro também negou que o governo esteja planejando criar novas bandeiras tarifárias, que elevem o custo da conta de energia elétrica. Também nesta 4ª feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse, em reunião com empresários, que o governo está discutindo a aplicação de novas bandeiras. Bento Albuquerque, no entanto, negou que exista esse debate.
"O que existe é o procedimento padrão por parte da ANEEL que a cada ano, após o período úmido, que se encerrou agora, em abril passado, eles fazem uma revisão das bandeiras tarifárias e essa revisão é baseada no custo da energia elétrica que é gerada."
Na 3ª feira, o presidente da Câmara, Arthur Lira, após evento no palácio do Planalto, havia dito que o governo planejava um "racionamento educativo". Por causa disso, Bento Albuquerque ligou para Lira reforçando que o racionamento não está no radar do governo.
O Ministério de Minas e Energia sempre foi cobiçado por políticos do Centrão. Bento Albuquerque já havia conversado com Lira na semana passada sobre a Medida Provisória. No entanto, o ministro não acredita que aliados do governo no Congresso estejam usando a crise hídrica para desgastar a gestão dele à frente da pasta. Bento descartou o chamado "fogo amigo".
"Estive com o presidente Lira [da Câmara], estive com o presidente Rodrigo Pacheco [do Senado]. Nesse ano fui duas vezes à comissão de Minas e Energia na Câmara dos Deputados, sempre com uma relação bastante aberta, franca, transparente e respeitosa. Tanto no Senado quanto na Câmara dos Deputados. Então , eu particularmente, não sinto nem fogo inimigo nem fogo amigo", declarou.
Confira a íntegra da entrevista com o ministro:

Veja reportagem do SBT Brasil:
