Lula chega à África do Sul em dia de homenagem para Xi Jinping
Presidente chinês será o único a receber honrarias durante a Cúpula dos Brics


Quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegar a Joanesburgo, na manhã desta 2ª feira (21.ago), o principal tapete vermelho da África do Sul estará estendido, mas não para o brasileiro. O convidado de honra é Xi Jinping, que estará em sua segunda viagem internacional do ano.
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Paralelamente à Cúpula dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), que começa na 3ª feira (22.ago), o presidente chinês fará uma visita de Estado à África do Sul. É a mais alta e importante forma de contato diplomático entre duas nações. Os outros Chefes de Estado presentes terão suas honrarias, mas os holofotes principais se voltarão para Xi Jinping.
A segunda e, em breve, maior economia do planeta é dona do principal motor econômico dos Brics. Se em 2001, a China já era responsável por 55% de tudo o que os cinco países comercializavam, o índice hoje é de 69%. Dinheiro é influência e poder. E os chineses querem fazer valer o seu peso durante a Cúpula.
E um dos maiores desejos da China a coloca em um confronto diplomático com o Brasil que, por enquanto, não rendeu desentendimentos públicos, mas colocou os 2 países em posições antagônicas antes do início da Cúpula.
Dona de um dos cofres mais cobiçados do planeta, a China quer trazer mais países para integrarem oficialmente os Brics que, provavelmente, precisariam de um novo nome. Seria uma forma de aumentar sua influência e de fazer frente ao poderio dos Estados Unidos e da Europa, hoje os maiores rivais de Pequim.
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Sem reclamar alto, o Brasil trata o assunto com o interesse de quem também deseja equilibrar o jogo de poderes no planeta, mas também com o cuidado de quem não quer ter sua influência diluída num grupo muito grande e ainda mais diverso que a configuração atual. Como as decisões dos Brics tem que ser em consenso, é preciso que o Brasil concorde para que haja mais participantes.
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