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A Polícia Rodoviária Federal criou um guia com orientações para abordagem de pessoas em crise de saúde mental. A divulgação do documento, realizada nesta 3ª feira (19.jul), acontece 2 meses após a morte de Genivaldo de Jesus, em Sergipe.

O manual recomenda que os agentes da PRF evitem contato físico e mantenham uma distância segura da pessoa abordada. O texto também orienta o oficial a não ameaçar o abordado com prisão, o que poderia despertar mais medo e potencial uso de força pelo suspeito.

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Os policiais devem ainda reduzir sinais luminosos e sonoros das viaturas, para diminuir situações de estresse. Já para o uso de produtos químicos, como spray de pimenta e gás lacrimogênio, também são dadas orientações de descontaminação do atingido.

O documento faz parte de uma resposta enviada pelo Ministério da Justiça ao deputado federal Alexandre Padilha, do PT de São Paulo. O requerimento do parlamentar sobre as orientações aos agentes da PRF foi feito após a morte de Genivaldo, durante uma abordagem.

A vítima, de 38 anos, foi parada por policiais rodoviários federais após conduzir uma moto sem capacete. Imobilizado, ele foi trancado no porta-malas de uma viatura da corporação, com gás lacrimogênio, e morreu por asfixia. Os agentes foram afastados das funções.

O advogado da família de Genivaldo critica a demora para a conclusão do inquérito. "Não há, ao nosso entender, uma necessidade dessa demora para a conclusão do inquérito, embora a autoridade policial e o Ministério Público Federal informem que não há uma necessidade de se aguardar um laudo pericial por parte do IML", argumenta o advogado Ivis Melo.

A irmã da vítima pede justiça. "Se fosse uma pessoa rica, uma pessoa de condições, eles já tinham tomado providências. Mas, como o meu irmão é uma pessoa preta e pobre, eles não tiveram consideração até hoje. Que a justiça seja feita", desabafa Damarise de Jesus Santos.